O sector dos serviços encontra-se mais competitivo do que nunca e os/as consumidores/as estão cada vez mais exigentes. Em muitos segmentos de actividade, verifica-se uma economia a funcionar durante 24 horas, que assenta na flexibilidade contratual e de tempo de trabalho, assim como em competências emocionais e na disponibilidade por parte da força de trabalho. No entanto, esta tendência não está isenta de custos profissionais, pessoais e familiares para os/as trabalhadores/as envolvidos/as.
Este trabalho pretende analisar a relação do trabalho emocional inerente à profissão de tripulantes de cabine e da irregularidade dos tempos de trabalho com os consequentes (contra)tempos profissionais, familiares e pessoais daí decorrentes. Partindo de uma visão não determinista, argumenta-se que a ambiguidade de emoções na relação com os/as clientes (passageiros/as) pode levar a que o trabalho emocional seja vivenciado tanto como penoso como gratificante. As políticas e medidas facilitadoras da conciliação, a dimensão menos prescritiva por parte das empresas e o apoio das chefias são tidos como factores moderadores importantes da vivência do trabalho emocional…